Em um estudo realizado com consumidores de São Paulo, Curitiba e Porto
Alegre foram determinados os fatores que afetam a preferência dos brasileiros
por produtos suinícolas. Infelizmente, foi concluído que ainda é grande a
rejeição à carne suína: 48,56% dos entrevistados disseram não consumi-la por
acreditarem em tabus.
A carne suína transmite doenças?
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A crença de que a carne suína apresenta problemas sanitários
originou-se na época em que os suínos eram criados soltos, com acesso aos
lixões. Aquela era efetivamente uma situação de risco para a saúde pública,
onde havia o risco de transmissão de doenças do suíno para o homem através da
carne suína mal cozida. No entanto, nas atuais criações, em sistemas
totalmente confinados, ou à solta em ambiente controlado, com alimentação
limpa, controlada e balanceada e com rigoroso controle sanitário, este risco
não mais existe.Para os humanos desenvolverem a cisticercose eles precisam
ingerir ovos da tênia que são eliminados pelos próprios humanos contaminados
com a solitária.
A forma adulta da cisticercose (teníase ou solitária) só se desenvolve no
intestino humano. Os humanos portadores de teníase eliminarão grande
quantidade de ovos da tênia nas fezes, podendo se autocontaminar (práticas
higiênicas inadequadas), e, caso defequem no ambiente, podem contaminar a
água, pastagens, saladas, hortaliças etc. Quando esta água ou produtos
contaminados são ingeridos pelos suínos, bovinos ou humanos, as larvas são
liberadas no intestino destes animais, atingem a corrente sanguínea e vão se
localizar na musculatura ou cérebro provocando a cisticercose. Em resumo, o
suíno só é capaz de desenvolver a forma intermediária (pipocas).
Se humanos ingerem essa carne contaminada irão desenvolver apenas a forma
adulta, ou seja, a teníase ou solitária e não a cisticercose cerebral. Além
disso, convém salientar que o sistema de inspeção ao abate avalia
individualmente cada carcaça e facilmente identifica os casos positivos, os
quais correspondem a apenas 0,008%, segundo dados do Serviço de Inspeção
Federal.
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A carne suína contém hormônios ou resíduos de drogas?
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Não são utilizados hormônios na produção de suínos no Brasil. Quando
são utilizados na produção animal, antibióticos ou outras drogas que
apresentem a possibilidade de depositar resíduos nas carcaças, os animais são
submetidos a um período de retirada destes produtos antes do abate. O período
de retirada varia com o tempo necessário para eliminação dos resíduos do
organismo animal, o qual é específico para cada droga. Esta afirmação vale
tanto para as drogas utilizadas com fins terapêuticos e profiláticos como
para os promotores de crescimento utilizados nas dietas com o fim de promover
melhor desempenho zootécnico.
A carne suína é muito gorda?
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Entre os tabus relacionados à carne suína está a crença de que ainda
se trata de uma carne muito gorda, da forma que era produzida no passado, a
partir de animais não melhorados para alta produção. Esta preocupação não tem
mais motivo, uma vez que a percentagem média de gordura na carcaça dos suínos
foi reduzida de 54%, na década de 1980, para atuais 41%.
Como em qualquer outra espécie, o conteúdo de gordura total associada à carne
suína é variável de acordo com o corte. Na carne crua, podemos mencionar valores
médios de 5,41% de gordura no pernil e 5,40% no lombo, de acordo com as
tabelas de composição dos cortes de carne suína disponíveis no site do
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Na carne cozida estes
valores se elevam para 9,4% no pernil e 9,6% no lombo, devido à perda natural
de água que ocorre durante o cozimento.
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A carne suína tem muito colesterol?
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A carne suína possui um conteúdo de 60 (cortes mais magros) a 80
(cortes mais gordos) mg de colesterol/100 g de carne. Como o consumo
recomendado de colesterol é de até 300 mg/dia (American Heart Association), o
consumo de 100 g de carne suína representa apenas 20 a 27% do valor diário.
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