Leite no Deserto: Uso de tecnologia permite laticínios no deserto


A Almarai Co de Riade, Arábia Saudita grande produtor de leite e derivados, com 135.000 vacas e produção mínima de 40 kg/dia vaca, produz sob condições adversas a pecuária leiteira.


No deserto da Arábia Saudita, ao norte da capital saudita, sob um calor de 47 graus apenas os camelos permanecem impávidos ao sol do meio-dia. Seus pastores não estão à vista, refugiados em tendas próximas.


É sem dúvida um lugar difícil para uma fazenda leiteira.Qualquer técnico do setor iria dizer que é um lugar não adequado para uma fazenda leiteira. Mas, num trecho plano de deserto há as fazendas de bovinos de leite e as usinas de processamento da maior produtora de laticínios do Oriente Médio.


Conseguir que uma fazenda leiteira tenha sucesso em um dos lugares mais quentes do planeta - onde, sob condições ambientais não controladas, a produção de leite iria despencar, os produtos estragariam e bactérias nocivas se proliferam - exige levar à tecnologia ao limite, como descrevem os gerentes da Almarai e os especialistas americanos do ramo.

Nas sombras dos galpões, com lanternins acima, e sob um sistema de free stall, 67.000 vacas de origem holandesa, preto e branco, pertencentes à empresa saudita Almarai Co., circulam livremente pelo galpão, alimentam-se e ruminam tranquilamente, de modo a nem perceberem que estão fora de seu ambiente preconizado de baixas temperaturas.

Almarai Co de Riade consome cerca de 400.000 de tons de alfafa por ano, para garantir esta produção de excelência.
                         

Nos currais, há sistemas de aspersão, ventiladores e as sombras dos galpões refrescam as vacas, baixando a temperatura para a faixa desejada entre 21 a 24◦C, dentro da zona de conforme para a raça. E, quatro vezes por dia, antes de cada ordenha, os animais passam por jatos d'água, para limpá-los dos dejetos e de qualquer outro resíduo que possa contaminar o leite.

As vacas leiteiras da Almarai devem cumprir uma quota de pelo menos 40 litros por dia, uma produção normal para a raça, que normalmente produzem o dobro de leite do gado Jersey, preferido pelas fazendas leiteiras da Europa.


Em uma das salas de ordenha da Almarai, o gado leiteiro e os empregados trabalham tranquilamente numa rotina em que 50 vacas entram em fila, são ordenhadas e saem em 15 minutos. As vacas se acomodam, espontaneamente, nas ordenhadeiras, fazendo fila lado a lado. Finalizada a entrada, os funcionários acionam os medidores digitais para registrar a produção de cada vaca, e braços robóticos levantam as teteiras, que são então conectadas pelos funcionários. O leite é transportado direto para os tanques de refrigeração, que o fazem com que o leite seja resfriado a cerca de 4◦C, num prazo de cinco minutos.

Os animais para produzirem adequadamente devem estar na sua zona de conforto, ou seja, sem estresse, em conformidade com as boas práticas agropecuárias, com foco especial no Bem Estar Animal e uma alimentação adequada, atendendo às suas necessidades de produção, além de cumprir requisitos de saúde animal. Assim, a seleção dos alimentos, aliados aos fatores ideais de manejo, proporcionam que, mesmo no deserto, sob as condições menos propícias para a produção de leite, a Almarai consegue atingir índices preconizados de produção de leite.
A Almarai afirma ser a maior produtora de laticínios, integrada verticalmente, do mundo. Isso significa que ela supervisiona cada etapa do negócio, até o contato com algum dono de loja que pode desejar desligar os refrigeradores à noite para economizar dinheiro, diz Alan Bennett, gerente de fábrica da Almarai. No ano passado, a empresa gerou US$ 304 milhões em lucro líquido e US$ 2,1 bilhões em vendas.

Fote: The Wall Street Journal



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